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Foto do escritorTamara Campana

Semiofest Dia 2 | Explorando a Liminalidade como Fronteiras em Contextos Culturais



Nesse post apresentamos um breve resumo das 8 primeiras apresentações do dia 23/05/2024


Raquel Varela discutiu a crise como oportunidade, focando na revolução portuguesa de 1974. Ela explorou como o país navegou por um período de liminalidade para criar um novo modo de vida, baseando-se nas ideias de Gramsci sobre o poder transformador da mudança profunda.


Juan Manuel Montoro analisou o status complexo de Kosovo, destacando sua situação liminar onde 104 membros das Nações Unidas reconhecem-no como país, enquanto 89 não. Ele discutiu os desafios da nacionalidade nesses contextos, enfatizando as lutas diárias dos cidadãos e a importância dos símbolos cívicos em espaços liminares.


Dominika Noworolska focou na reinterpretação dos diagnósticos de autismo na idade adulta, descrevendo o processo como um estado de liminalidade. Ela delineou o processo de separação, transição e reintegração durante o diagnóstico.


Myriam Bouabid apresentou o processo de filmagem de um documentário focado em migração, mares, fronteiras e zonas de transição, enfatizando as disparidades entre identidades e experiências. Ela utilizou a teoria de Greimas para apresentar as experiências de migração de indivíduos da África Subsaariana.


Rahul Murdeshwar usou a teoria da semiosfera de Iuri Lotman para explicar como as raves funcionam como espaços de fronteiras e liminalidade, onde os participantes experimentam a sensação de estar nem aqui nem lá. Ele descreveu as raves como ambientes onde fronteiras dinâmicas são configuradas e negociadas. Murdeshwar discutiu a explosão de signos nesses espaços, a natureza porosa das fronteiras e a interação entre o eu e o outro.


Thierry Mortier fez uma pergunta intrigante: Há um Limite para a Liminalidade? A resposta é sim, porque a liminalidade é inerentemente sobre limites. A teoria semiótica de Charles Sanders Peirce foi o foco da apresentação, com suas formas como triângulos, tripés e triquetras. Triângulos representam formas estáveis. Tripés, com sua direcionalidade ambígua, simbolizam o equilíbrio dinâmico das relações triádicas, e triquetras, com seus arcos interligados, destacam conexões infinitas e integração contínua. Esta abordagem permite uma compreensão mais rica das esferas interconectadas de percepção, interpretação e ação, alinhando-se com as categorias semióticas de Peirce: representamen, objeto e interpretante.


A apresentação de William Liu focou em alguns paradoxos, mostrando a relevância da filosofia chinesa do yin e yang como um quadro para ver como os tópicos podem ser nebulosos e liminares. Ele explicou como o diagrama do yin-yang, com seus oito elementos, ajuda a entender o fluxo e os espaços intersticiais na vida, destacando várias oposições culturais, como opulência e vazio ou abundância e simplicidade, enfatizando as linhas tênues entre elas.



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